Ecomuseu de santa cruz
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HISTÓRIA
Em 1992, estava para se
realizar no Rio de Janeiro a II Conferência
das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento que
ficaria conhecida como RIO-92. Da mesma maneira
que pensaram Georges Henri Rivière e Hugues de Varine, em 1971, em identificar
os museus como agentes da preservação do homem e seu meio durante a 9ª Conferência Geral do Conselho Internacional de
Museus, os cariocas pensaram na possibilidade de inserir os
museus nas discussões da RIO-92 e, ao mesmo tempo,
em trazer para os museus o que era pensado no encontro. Como resultado destas considerações, surge a ideia de criação de
um ecomuseu no Rio de Janeiro, entendendo que este equipamento cultural seria
um legado à cidade das importantes decisões e discussões acerca do meio
ambiente e da sustentabilidade empreendidas naquele ano. Esta ideia foi inicialmente gestada na Prefeitura
da Cidade do Rio de Janeiro, sob direcionamento do então Prefeito Marcello
Alencar. Como idealizador deste processo no âmbito da
municipalidade esteve o arquiteto Ricardo Várzea e, como seu principal
impulsionador, o Secretário Municipal de Cultura, Carlos Eduardo Novaes.
Para auxiliar na
possibilidade de implementação de um ecomuseu na cidade, a museóloga e
professora da Escola de Museologia da
UNIRIO, Tereza Scheiner, foi consultada e convidada a auxiliar no processo
pelas autoridades municipais. Após um
estudo preliminar das áreas da cidade que teriam potencial para se tornarem um
ecomuseu, os envolvidos no projeto identificaram a possibilidade
de criar um ecomuseu na zona oeste da cidade, o qual, de acordo com o projeto
inicial, iria chamar-se Ecomuseu da Zona Oeste.
Plano de Trabalho para a criação do Ecomuseu da Zona Oeste.
Acervo Ecomuseu do Quarteirão Cultural do Matadouro de Santa Cruz.
Como uma maneira de
despertar o interesse e o entendimento das comunidades locais para as
atividades de um ecomuseu, foi realizado também em 1992, organizado pela
Secretaria Municipal de Cultura, o I Encontro
Internacional de Ecomuseus. Este evento acadêmico reuniu um conjunto
representativo de profissionais do campo da Museologia de relevância
internacional, todos dedicados aos estudos e gestão dos ecomuseus. De outro
lado, foram chamados a participar, representantes
de bairros da zona oeste carioca. No evento, o bairro que obteve mais destaque
foi Santa Cruz, pois já desenvolvia ações, com a participação dos moradores,
relacionadas à preservação do patrimônio local. Ações gestadas principalmente
no Núcleo
de Orientação e Pesquisa Histórica de Santa Cruz, fundado em 1984, e que até hoje desenvolve ações orientadas à
preservação e valorização da história do bairro.
Entre 1992 e 1995 têm
lugar as discussões e trâmites burocráticos para a criação do museu e,
em 1º de setembro de 1995, é sancionada a Lei Municipal n.º 2.354, criando
definitivamente o primeiro ecomuseu carioca, unidade vinculada à Secretaria
Municipal de Cultura, com o nome de Ecomuseu do Quarteirão Cultural do Matadouro
de Santa Cruz. O museu passa a estender-se por todo o bairro, perfazendo uma
área total de cerca de 125 km² e estruturando-se a partir de sete núcleos. A
partir deste momento, o Ecomuseu de Santa Cruz, como passou a ser mais
conhecido, se estrutura plenamente,
desenvolvendo diversas atividades relacionadas ao bairro e sua população e
tendo como sede administrativa quatro salas do andar superior do Centro
Cultural Municipal de Santa Cruz Dr. Antônio Nicolau Jorge. Em 2010, com a
transferência de gestão deste centro cultural
para a Secretaria Municipal de Educação, a sede administrativa do Ecomuseu de
Santa Cruz foi transferida para as dependências da Secretaria Municipal de
Cultura.
MISSÃO
O
Ecomuseu do Quarteirão Cultural do Matadouro de Santa Cruz tem por missão a valorização, preservação,
pesquisa, documentação e comunicação do patrimônio do bairro de Santa Cruz.
Este museu fomenta a participação comunitária nos processos de musealização e a
gestão compartilhada do patrimônio com finalidade de promover o desenvolvimento sustentável dos grupos
culturais envolvidos no processo. Traduz o conceito de patrimônio a partir da
pluralidade e integralidade das relações humanas com o real, respeitando a
não-hierarquização e a diversidade das referências culturais.
VISÃO
O Ecomuseu do Quarteirão
Cultural do Matadouro de Santa Cruz pretende ser uma instituição local de
patrimônio musealizado, de excelência na pesquisa, preservação e comunicação de
coleções, com ampla participação da população do bairro de Santa
Cruz.
VALORES
RESPONSABILIDADE SOCIAL
– Compreensão do papel do setor público no atendimento às necessidades da
população.
RESPEITO À INTEGRIDADE
DAS COLEÇÕES – Valorização do
patrimônio integral carioca do bairro de Santa Cruz como elemento fundamental da identidade cultural local.
RIGOR CIENTÍFICO –
Respeito às normas da pesquisa, da ética e da propriedade intelectual na
produção de novos conhecimentos.
RESPEITO À DIVERSIDADE
CULTURAL – Respeito às várias expressões culturais da população de Santa
Cruz, e suas diferentes formas de conhecimento e de produção técnica.
TRANSPARÊNCIA – Atuação
de forma transparente na gestão dos recursos e do patrimônio público.
QUALIDADE – Busca da
qualidade no desenvolvimento dos projetos e programas institucionais.
VALORIZAÇÃO DO
PROFISSIONAL E SUA CAPACITAÇÃO – Valorização dos profissionais da instituição,
com investimento em sua capacitação.
EXCELÊNCIA – Busca de
permanente
melhoria em todas as áreas da ação institucional.
INTEGRAÇÃO – Ação
integrada entre as diversas áreas da instituição e seu público-alvo.
PARCERIA –
Reconhecimento da importância do trabalho em cooperação com outras instituições
e com a comunidade local.
SUSTENTABILIDADE
AMBIENTAL – Otimização dos recursos na manutenção e implementação de novos
empreendimentos da instituição.
ACESSIBILIDADE –
Possibilitar o amplo acesso à informação, espaços, produtos e serviços gerados
pelo Ecomuseu de Santa Cruz.
Saiba mais
MAGALDI, Monique. O Ecomuseu do Quarteirão Cultural do Matadouro de Santa Cruz: estrutura e propostas. Revista Eletrônica Jovem Museologia, Rio de Janeiro, v.1, n. 1, p. 56-74, 2006. Disponível em: http://media.wix.com/ugd/76cd3d_19bfc9df56ec41abba47f04b3735f7e9.pdf . Acesso em: 19 ago. 2015.
SOUZA, Sinvaldo Nascimento. As Origens do Ecomuseu de Santa Cruz: A Museografia de Tendal. In: VIII ENCONTRO REGIONAL DO ICOFOM-LAM, 1999, Coro. ICOFOM-LAM 99. Rio de Janeiro, ICOFOM-LAM, 1999, p.165-167. Disponível em: http://network.icom.museum/fileadmin/user_upload/minisites/icofom/pdf/99.pdf . Acesso em 18 ago. 2015.